terça-feira, 26 de fevereiro de 2013


AQUI VAI UMA RECEITA DELICIOSA DO CHEFF....
Que tal um lanchinho pro final de tarde ? Aliás, que lanchinho... Acabei de fazer um pudim de milho verde, que tambem pode ser um bolo de milho verde cremoso. Tirei logo a foto, antes que acabasse. Ficou muito bom. Aliás delicioso. E outra, é muito façinho de fazer. Querem ver ?

Ingredientes:

2 latas de milho verde escorridas
3 xicaras (chá) de leite
1 Lata de leite condensado
4 ovos
1 colher (sopa) de margarina
2 colheres (sopa) de amido de milho 
 
Modo de fazer:

No liquidificador bata o milho, o leite, o leite condensado os ovos, a margarina e o amido de milho. Coloque em uma forma caramelizada com açúcar e asse em banho maria no forno pre-aquecido a 200ºC, durante 1 hora. Deixe esfriar e desenforme.
Não esqueça de fazer o cafézinho.
Que tal um lanchinho pro final de tarde ? Aliás, que lanchinho... Acabei de fazer um pudim de milho verde, que tambem pode ser um bolo de milho verde cremoso. Tirei logo a foto, antes que acabasse. Ficou muito bom. Aliás delicioso. E outra, é muito façinho de fazer. Querem ver ?

Ingredientes:

2 latas de milho verde escorridas
3 xicaras (chá) de leite
1 Lata de leite condensado
4 ovos
1 colher (sopa) de margarina
2 colheres (sopa) de amido de milho

Modo de fazer:

No liquidificador bata o milho, o leite, o leite condensado os ovos, a margarina e o amido de milho. Coloque em uma forma caramelizada com açúcar e asse em banho maria no forno pre-aquecido a 200ºC, durante 1 hora. Deixe esfriar e desenforme.
Não esqueça de fazer o cafézinho.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013


MULHER

Um aroma suave
exalou das mãos do Criador,
quando seus olhos contemplaram
a solidão do homem no Jardim!
Foi assim:
o Senhor desenhou
o ser gracioso, meigo e forte,
que Sua imaginação perfeita produziu.
Um novo milagre:
fez-se carne,
fez-se bela,
fez-se amor,
fez-se na verdade como Ele quer!
O homem colheu a flor,
beijou-a, com ternura,
chamando-a, simplesmente,
Mulher!

Autora: Ivone Boechat

O silêncio...


O silêncio

Eugénio de Andrade

Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.
O silêncio
 
Eugénio de Andrade  

Quando a ternura 
parece já do seu ofício fatigada, 

e o sono, a mais incerta barca, 
inda demora, 

quando azuis irrompem 
os teus olhos 

e procuram 
nos meus navegação segura, 

é que eu te falo das palavras 
desamparadas e desertas, 

pelo silêncio fascinadas.


As mãos dos olhos tocam teu rosto de lua.
Beijos de pés de montanhas próximas do longe,
arfar de pulmões com ares de mata virgem,
odor verde de folhas largadas ao vento.
Cor de madrugada curtida em tonéis de exílios,
fermentada na doce esperança do retorno,
ainda que tardio.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A MUSICA.

A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição.


Autor: Aristóteles


"Marcelo Rondoni"

AMO TUDO O QUE FOI...


Eu amo tudo o que foi

Eu amo tudo o que foi, Tudo o que já não é, A dor que já me não dói, A antiga e errônea fé, O ontem que dor deixou, O que deixou alegria Só porque foi, e voou E hoje é já outro dia.

Fernando Pessoa

shirley lopes♥
Eu amo tudo o que foi

 Eu amo tudo o que foi, Tudo o que já não é, A dor que já me não dói, A antiga e errônea fé, O ontem que dor deixou, O que deixou alegria Só porque foi, e voou E hoje é já outro dia. 

Fernando Pessoa

shirley lopes♥


‎"As pessoas não se precisam, elas se completam...
Não por serem metades, mas por serem inteiras."

Mário Quintana

*Alice Ghirotto*
"As pessoas não se precisam, elas se completam...
Não por serem metades, mas por serem inteiras."

Mário Quintana

*Alice Ghirotto*

VIOLÊNCIA, STOP!


VIOLÊNCIA, STOP!



Vou descendo com o sol ansiando a paz do fim do dia.
Uma espécie de embriaguez entorpece o raciocínio na fuga vertiginosa da tarde
com os seus olhos  mornos que se vão pintando no crepúsculo.
Tudo se encerra com a vinda da noite: Lar-Colmeia- Paz!
Não é luz, não é sol nem é a vida que enche o templo de algumas abelhas
carregando colmeias de mel.
Não!
São colmeias vazias ou cheias de favos de amargo e falso mel...
E a minha alma vagueia, inquieta, na leitura destes sorrisos azedos, sufocando
os olhos de mel no vazio do pólen que antes se diluiu nos vapores do vento.
E ela sorri, veste a mesa de suor, despe a cama de lágrimas...
Já não é ela...
...É uma coisa de gente, gente que não é coisa, gente que já foi gente...
Hoje é ferida que ninguém vê e em breve uma escara ferrada no corpo
que já não dói porque nem sente.
Já não vive...
...É uma anta ambulatória com sorrisos amargos...
O doce sorriso esconde-se na chaga que esconde na culpa dessa maldição
que se esconde e aninha na colmeia podre com mel suicida. Mas o sorriso
vai rolando pela face, misturando-se com as lágrimas no compasso desta morte lenta.
...E já não é coisa nem é gente.
Já nem sente!
É fantasma de mulher- moribunda na flor desflorida do seu martírio.
...e o sorriso azedo rasgou-lhe as pétalas, sugou-lhe o perfume para verter
o ácido neste mel sádico!
Na pele macia e quente
de mulher que já não é gente!
E...
Nesta raiva com que fico
Neste amor que te dedico
A ti, mulher, este meu grito!

Manuela Barroso


 "A agressão é o último refúgio do incompetente."
"
Mais cedo ou mais tarde, todas as máscaras caem. Seria bom que alguns hipócritas soubessem disso.!Anderson Fabiano                                                     BY                                                                Helena Chiarello

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013


O garoto e a bola

Uma tarde de verão, uma brisa suave e um intenso calor; um campo de terra batido, um belo campo, esburacado na verdade, mas um belo campo, aos olhos de um garoto, o amigo da bola, amante das boas coisas da vida, ou seja, pra ele, TV e uma partida de futebol naquele campinho de terra batida onde os sonhos são reais e a realidade se mistura à fantasia...
O garoto e a bola, amigos para sempre. Nos pés do garoto, ela é como a pena do poeta, onde a historia se completa e a platéia aos delírios, sempre chamando pelo nome do craque que deixa os adversários sem ação nos dribles perfeitos e de uma ginga desconcertante até a porta do gol e lá a bola parece entender o seu amigo  vai balançar as redes. Pra alegria da platéia que grita em êxtase o nome do garoto amigo da bola...
O jogador é rei; os dribles são perfeitos, os opositores são reais, mas a platéia, só o garoto a ouve; e a bola o entende, ela é sua amiga de todas as tardes de jogo no mesmo campinho de terra batida pelos pés descalços do garoto amigo da bola.



Por Paulo Siuves

Finalidade, desejo, esperança, chame como quiser..


Finalidade, desejo, esperança, chame como quiser...


 Leia a seguinte citação:
"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. 
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar".

Agora responda a si mesmo : 
Desde que sigo, vivo querendo desejar. Pois a quem sirvo? Por quê vivo?
Vamos todos pensar e caminhar [...] !

Descaso, essa palavra me tocou!


Curioso:
Um dia eu sou amor, noutro apenas afeto, hoje sou descaso, amanhã devo ser apenas uma frustração.

Poético:
Anestesiando a alma com gelo de palavras e o cheiro de flor, devolvo ao mundo em forma de versos.

Cruel:
Ainda que gostem de mim, a verdade é que tem de amar sempre mais à elas.

Tentador:
Os únicos minutos de Paz que consigo atingir, são os em meu quarto, sozinha e só.
Da vontade de não sair mais daquela escuridão em quatro paredes.

Mágico:
Já sei que é assim que tem de ser e eu persisto.
Nem sofro, se sofro, que seja calada no meu "descaso"!

Observação.


Eu sou toda apaixonada, Ela também é.
A gente se ama do nosso jeito e nosso beijo é dado a distância.
A gente casou com nosso trabalho, ainda sim, somos amantes!
E o nosso beijo? É tão intenso, quanto aquele que damos estando juntas.

O beijo requer paciência. É dinâmico e ao mesmo tempo, é conduzido sem energia.
Às vezes e por vezes, fica doce, causa nostalgia.
Dentre tantos beijos, classificar ou nomear seria estupidez.
Cada um possui seu sentido, a essência está no momento do 'beijo beijado, dado, roubado...'

Talvez, a gente se dá conta do que significa 'estranhamento', através do beijo.
Nunca se sabe como conduzir, se é preciso guiar. A cabeça fica na esquerda ou na direita?
É telepático, é grave, suave. É 'aquele' beijo!

É "ausência de tudo, estando tudo bem ali".
É percepção, vocação, tentativa e reflexo.
O beijo é um estado de espírito, que envolve "alguéns".
Beijar é doar-se, é governar e ser governado.
Beijar é sorte, azar. É explosão de sentimentos!
Tem beijos que nem se sente. Só se beija e pronto.
Foi-se um beijo...

O último dia do primeiro encontro A primeira e única vez. A primeira e única vez. Sendo três e mais ou menos um mês. Foram noites, dias, baladas, bares e risos. Eram olhares, meninas e meninos ... A primeira e única vez. A primeira e única vez. Sendo três e mais ou menos um mês. Ligações, mensagens e textos. Arvores, dança, parque e pretextos ... A primeira e única vez. A primeira e única vez. Sendo três e mais ou menos um mês. Poesia letrada, cantada, vivida Mulheres carentes, maduras e sabidas ... A primeira e única vez. A primeira e única vez. Sendo três e mais ou menos um mês.



O último dia do primeiro encontro


A primeira e única vez.
A primeira e única vez.
Sendo três e mais ou menos um mês.
Foram noites, dias, baladas, bares e risos.
Eram olhares, meninas e meninos
...
A primeira e única vez.
A primeira e única vez.
Sendo três e mais ou menos um mês.
Ligações, mensagens e textos.
Arvores, dança, parque e pretextos
...
A primeira e única vez.
A primeira e única vez.
Sendo três e mais ou menos um mês.
Poesia letrada, cantada, vivida
Mulheres carentes, maduras e sabidas
...
A primeira e única vez.
A primeira e única vez.
Sendo três e mais ou menos um mês.

A primeira e única vez.
A primeira e única vez.
Sendo três e mais ou menos um mês.
Foram noites, dias, baladas, bares e risos.
Eram olhares, meninas e meninos
...
A primeira e única vez.
A primeira e única vez.
Sendo três e mais ou menos um mês.
Ligações, mensagens e textos.
Arvores, dança, parque e pretextos
...
A primeira e única vez.
A primeira e única vez.
Sendo três e mais ou menos um mês.
Poesia letrada, cantada, vivida
Mulheres carentes, maduras e sabidas
...
A primeira e única vez.
A primeira e única vez.
Sendo três e mais ou menos um mês.

Piquenique


A gente leva sorvete, danone, geléia, pão (mussarela/presunto),
suco de morango com leite, frutas, lasanha, gelatina, salada de frutas,
palmito, azeitona, batata palha, requeijão,
(aquele creminho que sua amiga vai ensinar),
CAFÉ (eu quero), catchup, catupiri, groselha,
brigadeiro na panela, coco (pra misturar no brigadeiro e virar beijinho),
e tudo mais que você quiser, isso junto a :
uma toalha xadrez, ouvindo Kate Nash e Adele,
com muitos cigarros pra você tossir e uma barraca,
pra ninguém pegar nossa comida!
Nossa! Quanto egoísmo!
Não! "Pro" cachorinho a gente dá comida, ele é tão frágil!

"Arca imensa armadilha [...] "


"Sonhos Roubados" 
Maria Gadú

Eu não sei
onde eu deixei
ou se alguém veio roubar
aquele sonho que sonhei
já não sei onde andará
Prefiro nem dormir
me esquecer de sonhar
eu quero
quero muito
quero agora
sem demora
o meu desejo
ninguém vai roubar
Eu sou escravo de sonho
arca imensa armadilha
Ao meu caminho eu que faço
sou eu que traço essa trilha
A minha esperança eu invento
Sempre em movimento
Não tem parada pra mim
não tem nem lamento
é bom ficar ligada
a vida é tudo ou nada, e não tem talvez
vai pedalando a sua lucidez
vai nessa levada
e não vai ter uma outra vez
Ninguém vai me dizer
como devo me virar
eu quero
quero muito
quero agora
sem demora
o meu desejo
ninguém vai roubar
To no meio da rua
to querendo viver
to querendo essa lua
to querendo você[...]

POESIA...


Poesia é todo dia.



Fujo daquele lirismo imposto; 
das lágrimas forjadas pra afirmar o pranto. 
Hoje, violento esse amor refugiado. 
É intenso, mas é só meu.

Já tive mulheres...


... que marcaram minha POESIA.

Tive a MODELO, que desfilava, posava de gatinha e tinha a voz suave.
Tive a NINFOMANIACA, que era pura sedução e não parava de falar!
Tive a PERSISTENTE, enquanto ela não conseguiu, não sossegou! GOL!
Tive a ATRIZ MULATA, durou uma noite e a lembrança do cabelo trançado.
Tive a LOUCA DE "ITAPÊ", que hoje vive aqui.
Tive a GAROTA DO TERMINAL, seus olhos eram feitiços jogados ao vento.
Tive a PRETINHA DE MINAS, com suas pernas curtas e saborosas.
Tive a AMIGA DA PRETINHA, com mãos velozes e cheia de atitude!
Tive a ATLETA, garotinha forte num corpo de mulher.
Tive a futura ENGENHEIRA FLORESTAL, era tão mãe quanto mulher!
Tive a EX-NOIVA, casada com a vida!
Tive a MENINA BORDADA com cheiro de flor.

Dentre outras que tive, senti e vivi.
Fora aquelas que nem sei que tive em mim...
E tem aquelas que não sabem que eu estive nelas!

Certas Coisas


Não quero ir pra lugar algum, além daquele que já fui.
Ao mesmo tempo, quero descobrir grandes tesouros, novos mares.
São tantos anseios em um só corpo, que não me permite agir com maior elasticidade.
Tem ainda o medo, que retrai, contrai e esmaga meus sonhos.

Quero tanto provar do veneno doce, quando ainda tenho na boca o gosto amargo do último veneno que provei.
Não me esqueço das dores devido as contrações. Mas Eu sou assim, curiosa!
Não sei explicar...

"A vida é cheia dessas coisas que não se pode entender. Tem tanta coisa nessa vida que não se deve entender..."

Vida...

Desejo.
Medo.
Rascunho.
Teatro.
Sonho.
Ilusão.
Amor?
-- Não --

Vida...

Um amor e um vinho virando vinagre....


Um amor e um vinho virando vinagre.





"Já começou?
1,2,3... testando!
O meu ponto de vista é vago e tão distante, do real definido como concreto.
Entendeu? Explico de novo!
Ouço, não vejo, busco entender, o que não é o mesmo, daquilo que querem que Eu entenda!
Tão fácil né? [...] Não!
'Coisificando' as estruturas de quem ainda vive, posso dizer que desejo matar!
A ira, não pertence a mim e sim as antigas personagens, das quais Eu mesma desconheço.
Sendo assim, diante de tantas especulações, resolvi criar algumas situações.
Bora lá?"

Ela olha da janela, como se esperasse alguém chegar de muito longe.
A pessoa que Ela tanto espera está morta, mas Ela ainda não sabe.
Já preparou o vinho e os dois copos que comprou no mercadinho ao lado.
Espera com um brilho no olhar, que diga-se de passagem é tão atraente!
O telefone não toca, a TV está quebrada e Ela não usa o computador.
Enquanto aguarda, fica lendo as velhas cartas que recebeu há um certo tempo.
Está esfriando na varanda, melhor fechar a janela, mas Ela não fecha!
Suas esperanças são tão agudas, que Ela não se dá conta de como tudo isso é perigoso!
Sim, perigoso!


Uma moça, tão jovem como Ela, na janela de sua casa pequena e fria.
Tão solitária à espera de quem já morreu.
Tudo bem que Ela ainda não sabe disso, mas a outra pessoa está morta!
Ligou o rádio e bebeu mais um pouco daquele vinho, que por sinal está ficando quente.
A boca e a língua massageiam o líquido, criando um espetáculo único ao paladar.
Ah! Ela está só de camisola...
Tão bela menina, mas tão confusa e solitária.
A outra pessoa não liga, ninguém mais dá sinal de vida e mil e uma outras pessoas circulam pelas ruas.
Ela está preocupada! Nem tanto com a outra pessoa, mas sim com o que Ela sente por Ela mesma.
Não é egoísmo, é vida real!


Bebe mais um pouco do vinho, já meio frio, meio quente.
Se aquece com uma manta que estava no sofá.
Olha 'pras' horas, como se o relógio fosse falar.
Se movimenta em direções opostas, é um rio de sentimentos e ilusões.
Ela está só!
Vejo Ela aqui de fora, sinto sua tristeza e não posso tocar.
Alguém está a sua porta, ouço passos.
Ela finge não saber e aumenta o volume do rádio.

A pessoa que Ela tanta deseja, já morreu...
E agora Ela está só, mas Ela não sabe.
A garrafa de vinho, está menos da metade do que deveria estar.
Sua manta, está caindo dos seus ombros, junto às suas lágrimas que escorrem do seu rosto pálido.
Tenho medo por Ela...
Suas pernas estão bambas e o mundo começa a girar.
Ela não fuma, mas acendeu um cigarro hoje.
Ela vai cair...
Poderia ir pra cama, mas insiste em esperar.
Olha as luzes da cidade e não enxerga ninguém, além Dela na varanda.

Seu cabelo fedendo cigarro, se entrega ao vento.
Suas mãos geladas pegam o copo, enquanto a boca saliva a última gota do vinho.
O mundo está ficando escuro, o céu já não é mais só o que está acima dos olhos.
Atenção! O telefone tocou!
SILÊNCIO!
Chama, chama, mas Ela não pode mais atender.
Aquela linda mulher, está estirada na calçada.
Deitada em seu próprio sangue com a cor de vinho.
Não pode ouvir o telefone tocar, nem ouvirá a notícia que tanto esperava.

Secretária eletrônica atende:
"Oi, desculpe ligar assim. Você nem sabe quem Eu sou.
Tenho avistado você ultimamente, mas nunca nos falamos.
A situação é a seguinte, sabe aquela moça que costuma beber vinho com você em sua varanda?
Então, sinto lhe dizer, que estávamos na mesma estrada, vindo pra cidade. O carro Dela estava na frente do meu. De repente, ouvi um barulho, foi tudo muito rápido! Um caminhão, arrastou o veículo Dela com muita força. Só deu tempo de te ligar e dizer que Ela está morta! Sinto muito! Até logo!"

Sempre muito tarde


É sempre tarde! Sempre, sempre, muito tarde!
É quando o Sol já se pôs.
Quando o céu já escureceu.
É na chegada do inverno.
É depois que as folhas caíram ao chão, de tão secas.

Sempre, muito, muito tarde!
Depois do rio de lágrimas.
Após a maratona de sentimentos enfurercidos.
Tarde!

Quando não se ouve mais latidos.
Quando as luzes se apagam.
Quando ninguém é de ninguém.
Quando todo mundo grita!
Quando se fere!
Quando dói!
Quando faz doer!

Sempre muito tarde!

Reclama-se!
Num clamor doloroso de se ouvir.
Meio verdadeiro, meio crocodilo.
Amargo e solitário.
Medo e ainda assim, muito tarde!

Arrepende-se, tortura e chora!
Tarde!
Ainda é muito tarde!

Se dá conta de que não se tem, por conta de não controlar o que se pode ser.

Indiferença


Passa por cima, finge passar.
Sombra da noite, assombra o passado.
Ignora o futuro, faz pouco caso do presente.
Revela descaso, fome, frio, doente e doenças.
Sorri, destrata, maltrata, contrata.
Inventa a solidão, quer ser só, ilusão.
Cria amores, dores, aflições irracionais.
Ignorância dos mortais.
Nuvem negra, maldita e mentirosa!
Irracional, descontente, cega.
Duelo contra o mal e o mal.
Covardia descarada!
Medo, medo e mais medo.
Foge, fode, fode!

Andrea Doria -- Renato Russo


Às vezes parecia que, de tanto acreditar
Em tudo que achávamos tão certo,
Teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais:
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços de vidro.
Mas percebo agora
Que o teu sorriso
Vem diferente,
Quase parecendo te ferir.
Não queria te ver assim -
Quero a tua força como era antes.
O que tens é só teu
E de nada vale fugir
E não sentir mais nada.
Às vezes parecia que era só improvisar
E o mundo então seria um livro aberto,
Até chegar o dia em que tentamos ter demais,
Vendendo fácil o que não tinha preço.
Eu sei - é tudo sem sentido.
Quero ter alguém com quem conversar,
Alguém que depois não use o que eu disse
Contra mim.
Nada mais vai me ferir.
É que já me acostumei
Com a estrada errada que eu segui
E com a minha própria lei.
Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais,
Como sei que tens também...

Você que pode ser muita gente!


Você que pode ser muita gente!


Não deposite sua fé em mim, sou de carne e muito osso!
Não perca seu tempo, nas palavras que escrevo ou no som que sussurro!
Não se iluda, criando uma perspectiva inexistente!

Ei, você!
Você que pode ser muita gente!
Você que tem muitas cores e sabores.
Ei, você!

Passe por mim e não pare!
Me encanto também por quem não me dá bola!
Me ignore!
Me questione, odeio quem concorda comigo o tempo todo!

Ei, você!
Você que deve ser tanta gente!

‎"A vida só é possível através dos desafios. A vida só é possível quando você tem tanto o bom tempo quanto o mau tempo, quando tem prazer e dor; quando tem inverno e verão, dia e noite; quando tem tristeza tanto quanto felicidade, desconforto tanto quanto conforto. A vida passa entre essas duas polaridades. Movendo-se entre essas duas polaridades, você aprende a se equilibrar. Entre essas duas asas, você aprende a voar até a estrela mais brilhante. Transforme pequenas coisas em celebração... Tudo o que você faz deveria expressar a si próprio; deveria ter a sua assinatura. Então a vida se torna uma celebração contínua."

____________________________Osho*
"A vida só é possível através dos desafios. A vida só é possível quando você tem tanto o bom tempo quanto o mau tempo, quando tem prazer e dor; quando tem inverno e verão, dia e noite; quando tem tristeza tanto quanto felicidade, desconforto tanto quanto conforto. A vida passa entre essas duas polaridades. Movendo-se entre essas duas polaridades, você aprende a se equilibrar. Entre essas duas asas, você aprende a voar até a estrela mais brilhante. Transforme pequenas coisas em celebração... Tudo o que você faz deveria expressar a si próprio; deveria ter a sua assinatura. Então a vida se torna uma celebração contínua."

____________________________Osho*

Maria Rita - Fascinação (Fascination)Viva Elis!!!!! Viva Maria Rita!!!

Rapariga Descalça...


Eugénio de Andrade

Chove. Uma rapariga desce a rua.
Os seus pés descalços são formosos.
São formosos e leves: o corpo alto
parte dali, e nunca se desprende.

A chuva em Abril tem o sabor do sol:
cada gota recente canta na folhagem,
O dia é um jogo inocente de luzes,
de crianças ou beijos, de fragatas.

Uma gaivota passa nos meus olhos.
E a rapariga - os seus formosos pés -
canta, corre, voa, é brisa, ao ver
o mar tão próximo e tão branco.

O que alguém disse....

O que alguém disse

Florbela Espanca

"Refugia-te na Arte" diz-me Alguém
"Eleva-te num vôo espiritual,
Esquece o teu amor, ri do teu mal,
Olhando-te a ti própria com desdém.


Só é grande e perfeito o que nos vem
Do que em nós é Divino e imortal!
Cega de luz e tonta de ideal
Busca em ti a Verdade e em mais ninguém!"


No poente doirado como a chama
Estas palavras morrem... E n'Aquele
Que é triste, como eu, fico a pensar...


O poente tem alma: sente e ama!
E, porque o sol é cor dos olhos d'Ele,
Eu fico olhando o sol, a soluçar...

Há tanta suavidade em nada se dizer 
E tudo se entender - 
Tudo metade 
De sentir e de ver... "Um trem-de-ferro é uma coisa mecânica, mas atravessa a noite, a madrugada, o dia, atravessou minha vida, virou só sentimento."

Roseira Brava....



Florbela Espanca

Há nos teus olhos um tal fulgor
E no teu riso tanta claridade,
Que o lembrar-me de ti é ter saudade
Duma roseira brava toda em flor.

Tuas mãos foram feitas para a dor,
Para os gestos de doçura e piedade;
E os teus beijos de sonho e de ansiedade
São como a alma a arder do próprio Amor!

Nasci envolta em trajes de mendiga;
E, ao dares-me o teu amor de maravilha,
Deste-me o manto de oiro de rainha!

Tua irmã…teu amor…e tua amiga…
E também, toda em flor, a tua filha,
Minha roseira brava que é só minha!…
Soneto de Carnaval
Soneto de Carnaval
Vinícius de Moraes

Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.

Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.

E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim

De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo
 —

poema à mãe...

poema à mãe

Eugénio de Andrade

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe.

Tudo porque já não sou
o menino adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:

Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.
 — com Jorge Bernardes.


Pequenina

Antero de Quental

Eu bem sei que te chamam pequenina
E ténue como o véu solto na dança,
Que és no juizo apenas a criança,
Pouco mais, nos vestidos, que a menina...

Que és o regato de água mansa e fina,
A folhinha do til que se balança,
O peito que em correndo logo cansa,
A fronte que ao soffrer logo se inclina...

Mas, filha, lá nos montes onde andei,
Tanto me enchi de angústia e de receio
Ouvindo do infinito os fundos ecos,

Que não quero imperar nem já ser rei
Senão tendo meus reinos em teu seio
E súbditos, criança, em teus bonecos!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Resolvi desamarrar as asas dos meus sonhos. Eles serão bem mais lindos, apaixonantes e emocionantes, voando por aí. Resolvi viver um dia de cada vez e com a maior intensidade que possa existir. Resolvi esperar as coisas em Deus, porque o meu tempo é bem diferente e muito mais apressado. Pra que tanta pressa, pra que viver tudo de uma só vez, se a vida de fato nos dá tempo suficiente para sermos felizes, para realizar todos os nossos sonhos e desejos e ainda continuar sonhando. Resolvi amar e optar pelo amor sempre na minha vida, independentemente do que os outros vão pensar de mim. Resolvi parar de dar atenção a quem não quer a minha ajuda. Resolvi não me apegar demais as pessoas, se elas não dão a miníma importância para o que você sente, pensa ou deseja. Resolvi viver viajando entre as nuvens, e respirar o ar que eu achar que devo respirar. Respirar o ar mais puro que existe, presente nos seus sonhos, nos seus ideais. Aprendi que tudo na vida tem o seu tempo, por isso não constumo mais andar de relógio. Pra que? Viva, sem contar quantos minutos você vem perdendo ou ganhando. Simplesmente viva!