terça-feira, 14 de junho de 2011

2615550.jpgO Centro de Cirurgia de Ambulatório (CICA) do Centro Hospitalar do Porto (CHP) já está em funcionamento e promete revolucionar o atendimento na área da cirurgia. Trata-se de um edifício construído de raiz com mais de 5500 metros quadrados de área clínica onde são concentradas todas as cirurgias de ambulatório até agora realizadas no Centro Hospitalar do Porto (Hospital de Santo António). Arrancou em 23 de Março passado e trata-se de uma ideia que o médico Eurico Castro Alves - cirurgião hoje no Conselho da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) - trouxe dos EUA.

"Estou convencido de que este centro vai ser a machadada final nas listas de espera em cirurgia"; diz Eurico Castro Alves, "porque se faz mais com menos custos". Mas têm de se seguir algumas regras. "Isolar o centro do hospital, por exemplo, para não haver interferências, bons médicos, boa acessibilidade, doentes estáveis, bons incentivos, entre outras". Porque "se caminha para que 70% das cirurgias planeadas possam ser realizadas em ambulatório - quer dizer, em que o doente não tem de passar mais de 24 horas na unidade hospitalar".

"Bati-me por este centro desde 2002 e conseguiu-se fazer, também porque houve um administrador com a capacidade de Sollari Allegro, que rapidamente percebeu as potencialidades", reconhece Eurico Alves referindo-se ao antigo administrador do Santo António. "Os estudos que fizemos indicam que este centro estará pago em três ou quatro anos", diz ainda, admitindo que este modelo possa ser replicado noutros pontos do país porque se vai provar que é um tipo de organização que consegue excelentes resultados.

O DOENTE PRIMEIRO A directora do CICA, Maria do Sameiro Pereira, diz que no primeiro ano de funcionamento se prevê realizar 17 mil cirurgias, um número que deverá subir a 25 mil. O centro está ainda preparado para dar 51 mil consultas, "três por doente operado". 

Os doentes que entrarem no CICA têm a certeza de que terão alta no mesmo dia. "A única razão para um doente pernoitar é ser operado de tarde e, por isso, não poder ter alta nesse mesmo dia", explicou a responsável. 

O início da actividade desta estrutura retirou a cirurgia de ambulatório do Hospital Pediátrico Maria Pia, pelo que também as crianças serão encaminhadas para o CICA. "As terças--feiras vão ser exclusivas para as cirurgias pediátricas", avançou a directora, porque "não faz sentido que no mesmo espaço se cruzem adultos e crianças, pelo que decidimos ter um dia em que todo o edifício está vocacionado para os mais pequenos".

O CICA, cuja construção custou 24 milhões de euros, tem uma equipa permanente de 70 profissionais de saúde, um número que se estende até aos 160 se contarmos com a equipa flutuante, que se dividirá entre este centro e as outras unidades do CHP. 

Para a directora do CICA, "aqui tudo gira em torno do doente". O edifício, um projecto do arquitecto Ricardo Alegre, é redondo e tem bem definidos os trajectos que os doentes têm de fazer. A utilização do espaço é fácil. "Este edifício foi concebido de forma a não ser necessária a utilização de papel, tudo é electrónico". Para que não haja enganos, os doentes são sempre recebidos por um funcionário que os acompanha durante a admissão e os encaminha para os serviços respectivos, cirurgias ou consultas. 

Exclusivo i/Grande Porto

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