domingo, 19 de junho de 2011

Ricardo Arjona - A Cara o Cruz_0004.wmv

Ana Bolena causou rebuliço na vida do rei Henrique VIII. Na Inglaterra do século XVI, fez com que ele rompesse com a Igreja Católica e transformasse o país numa nação protestante. O objetivo da cisão com o papa era anular o casamento com Catarina de Aragão – que não lhe deu nenhum herdeiro homem – e deixar o caminho livre para tornar Ana Bolena rainha. Essa é uma versão simplificada da história da fundação da Igreja Anglicana, que exclui os aspectos políticos da decisão. Mas é a versão mais difundida nos romances e filmes e que eternizou uma celebridade histórica ambiciosa. No cinema, um mito como Ana Bolena tem de ser vivido por uma atriz de alta estirpe. E foi, em 1969, pela canadense Geneviève Bujold, em Ana dos Mil Dias, fazendo par com Richard Burton. Agora é Natalie Portman quem encarna a controversa rainha, decapitada depois de ser acusada de traição. Em A Outra, superprodução dirigida pelo estreante Justin Chadwick (até então diretor de televisão), Natalie está bela, maldosa, inconseqüente – e irresistível. E se Ana Bolena tivesse uma adversária tão ou mais sedutora que ela? Alguém que disputasse a atenção do rei e também pudesse dar à luz um herdeiro? Uma das poucas estrelas contemporâneas do cinema com carisma para competir com Natalie Portman é Scarlett Johansson. Woody Allen deu uma folga a sua atual musa preferida para que interpretasse a irmã e oponente de Ana, Maria Bolena. O foco de A Outra é o embate entre a morena e a loura pelo amor do rei, vivido pelo charmoso ator australiano Eric Bana. Bem diferente das representações freqüentes de Henrique VIII como um gigante obeso. A irmã de Ana Bolena realmente existiu, mas há poucos registros sobre sua vida pessoal. Seu nome, perdido no meio dos relatos de tantas intrigas, traições e estripulias eróticas da corte regida pela dinastia Tudor, foi resgatado pela escritora britânica Philippa Gregory. O filme é uma adaptação do romance A Irmã de Ana Bolena (Record), best-seller em vários países e precursor de uma série de cinco livros sobre os Tudors. A linhagem se revelou uma fonte de sucessos da cultura pop. Para citar os mais recentes, as aventuras amorosas de Henrique VIII e de seus antecessores e sucessores são tema de uma série de TV e de um filme vencedor do Oscar (leia abaixo). Manipulando os personagens históricos com alguma pesquisa e muitos detalhes apimentados (e inventados), Philippa Gregory criou uma trama em torno de uma suposta relação da desconhecida Bolena com o rei e das contrapartidas ciumentas de Ana para atraí-lo. No filme, a Maria Bolena de Scarlett Johansson é uma beldade pacata. Casada com um comerciante, prefere o campo à corte e é pouco audaciosa perto da irmã. Isso encanta o monarca. Estimulada pela família Bolena, um antro de alpinistas sociais, a moça passa a ser freqüentadora do leito real. Ana Bolena não deixa barato e inicia uma estratégia de sedução que consiste em negar fogo ao rei até que ele a converta em rainha. A morena ganha o páreo, mas o casamento azeda e desemboca no destino trágico.

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