segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Dona Esperança acorda cedo todos os dias. Bem cedinho, arruma a cama com simplicidade, coa o café, dá semente de girassol aos passarinhos, rega o pequeno vaso de margaridas e liga o seu rádio, segurando firme a sua xícara, enquanto ouve ao locutor que narra os acontecimentos do dia anterior, numa rima ritmada: O político roubou, o imposto subiu, o pai matou, a polícia descobriu, a professora reprovou, o aluno  agrediu, a guerra chegou, a paz partiu. Dona Esperança não se deixa abater. Ouve o canto do seu passarinho. Enxerga sorrisos inexistente nas flores. Toma o café doce já quase frio. Pensa no roubo, no assassinato, no preconceito, no desentendimento. Reza pra haver arrependimento. Reza pela alminha que se fora. Reza pela compreensão inexistente. Reza por justiça. E sorri. Pois Dona Esperança é assim: Esperançosa de coração. Paula J.

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