VÔO ASCENDENTE
Súbito pássaro
abra suas asas
brancas como a neve
par a par
a brilhar
no azul cobalto
Escorre como uma lágrima
no rosto do céu
teu corpo estendido
asa com asa
para onde quer me levar?
Vôo ao infinito
meu amor a descortinar
em véus de plácida luz
acordes envoltos em sonho
Súbito pássaro
Teu voar distante e perto
habitante de excessivas horas
do existir em forma e eco
sereno em sua constância
a subir... subir... subir...
Ianê Mello e Beto Palaio
*
abra suas asas
brancas como a neve
par a par
a brilhar
no azul cobalto
Escorre como uma lágrima
no rosto do céu
teu corpo estendido
asa com asa
para onde quer me levar?
Vôo ao infinito
meu amor a descortinar
em véus de plácida luz
acordes envoltos em sonho
Súbito pássaro
Teu voar distante e perto
habitante de excessivas horas
do existir em forma e eco
sereno em sua constância
a subir... subir... subir...
Ianê Mello e Beto Palaio
*
A NOITE É PASSADA
O café entornou na pia
nada é permanente
farelos de pão sobre a toalha
murmúrios de vozes se fazem ouvir
enquanto a noite cai mansamente
O tic-tac do relógio
murmúrios de vozes se fazem ouvir
enquanto a noite cai mansamente
O tic-tac do relógio
marcas de mim
ao correr das horas
sombras projetadas nas paredes
ao correr das horas
sombras projetadas nas paredes
memórias esquecidas
No mistério dessa noite
tendo o sono como companhia
No mistério dessa noite
tendo o sono como companhia
de olhos fechados em fugas
sonatas de notas difusas
O passado e o futuro declinam
ao momento presente
o pão que se desfaz
o café que se esvai
ao momento presente
o pão que se desfaz
o café que se esvai
Nas teias da meia-noite
a aranha tece eterno bordado
a aranha tece eterno bordado
seu ir e vir enrodilhando
destinos que se entrelaçam
destinos que se entrelaçam
e desaparecem na noite passada.
Ianê Mello e Beto Palaio
O canto
Canta passarinho sobre o galho cortado
Seu canto é lamento
Sua casa
Destruída
Só lhe resta cantar
sobre o galho cortado
Canta, pois, passarinho
Minha alma é sem lar...
RODRIGO DELLA SANTINA
Diálogo Poético: Ianê Mello e Joaquim Vale Cruz
ARTIMANHAS DO AMOR
Suor e lágrimas
Suor e lágrimas
mescla de fluídos
cheiros
sentires
...
cheios de vazios
corpo e emoção
o amor brincou comigo
fui criança
cheiros
sentires
...
cheios de vazios
corpo e emoção
o amor brincou comigo
fui criança
...
mais uma vez
a correr pelos campos
sorriso no rosto
cabelos ao vento
crédula de tudo
zonza de vertigem
verdades secretas
mais uma vez
a correr pelos campos
sorriso no rosto
cabelos ao vento
crédula de tudo
zonza de vertigem
verdades secretas
a vida em cores
vibrante arco-íris de luz
vibrante arco-íris de luz
o relógio
do tempo
parou
do tempo
parou
como fogueira
em brasa
ardeu
...
intensamente
agora
...
só cinzas
em brasa
ardeu
...
intensamente
agora
...
só cinzas
Ianê Mello
As artimanhas do amor
muitas vezes causam dor
e também lágrimas e suor
Mesclam, sentires, cheiros e fluidos
Cheios de vazios, corpo e emoção sentidos
Que tanto nos queimam, tal é o seu ardor…
E se o amor brincou comigo, ainda criança
também ele em mim deixou a esperança
quando corria pelos campos, sorrindo, cabelo ao vento
Que a vida tinha cores vibrantes e muita luz
e um arco-iris , tão belo que nos seduz
e que o amor, se é dor, é também contentamento
E ao acreditar em tudo, zonzo de vertigem
e nas verdades secretas da sua origem
O relógio do tempo, em mim jamais parou
E como fogueira, em brasa ardeu sem fim
e intensamente ainda está dentro de mim
E de suas artimanhas, nem só a cinza ficou…
JVC Sou aquela que voa nas asas da borboleta
muitas vezes causam dor
e também lágrimas e suor
Mesclam, sentires, cheiros e fluidos
Cheios de vazios, corpo e emoção sentidos
Que tanto nos queimam, tal é o seu ardor…
E se o amor brincou comigo, ainda criança
também ele em mim deixou a esperança
quando corria pelos campos, sorrindo, cabelo ao vento
Que a vida tinha cores vibrantes e muita luz
e um arco-iris , tão belo que nos seduz
e que o amor, se é dor, é também contentamento
E ao acreditar em tudo, zonzo de vertigem
e nas verdades secretas da sua origem
O relógio do tempo, em mim jamais parou
E como fogueira, em brasa ardeu sem fim
e intensamente ainda está dentro de mim
E de suas artimanhas, nem só a cinza ficou…
JVC Sou aquela que voa nas asas da borboleta
Mas que também arde nas lavas de um vulcão
Sou a suave brisa que acaricia seu rosto
Mas também sou o vendaval que te arrasta
Sou água que flui em rio caudaloso
Sou fogo que arde de paixão
Sou terra em que piso com passo forte
Sou ar que em delírios se desprende do chão
Sou fênix e das cinzas renasço
Reconstruo a mim mesma, passo a passo
Sou uma e em várias me reparto
Em meus labirintos me perco para me reencontrar
Junto meus pedaços e me reivento
Me refaço de minha própria essência
com gratidão e sem lamento
e busco a cada dia ser mais inteira.
Ianê Mello
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